terça-feira, 26 de maio de 2015

♛ Uma Pequena Forma de Amor ♛




♛   Capítulo 7º  ♛




P.O.V

Acordei no meio da noite com sede então me levantei da cama com cuidado pra não acordar o Justin e fui andando na ponta dos pés até a cozinha abri a porta da geladeira que iluminou uma parte da cozinha e peguei a jarra de água e um copo. Tomei minha água mas ainda não estou satisfeita eu quero comer alguma coisa, mas não tem nada que eu realmente queira comer nos armários, vasculhei todos os cantos da cozinha até ouvir passos. Era Justin só de calça de moletom coçando os olhos com cara de sono.

Justin: O que você está fazendo? São 03 e 30 da manhã.-se aproximou.
Eu: Me deu vontade de comer, mas não tem nada que eu queira comer aqui.-fechei os armários.
Justin: Espera! Isso é um desejo de grávida?-ele abriu um sorriso.
Eu: Acho que é, mas não sei do que.
Justin: Então fecha os olhos e espera vir algo na sua cabeça.

 Fechei os olhos e a primeira coisa que veio a minha cabeça foi, pudim. É isso, eu quero comer pudim até dizer chega.

Eu: Pudim.-eu sorri.
Justin: Que droga Flor, pensei que ia dizer uma coisa fácil de achar as 03 e meia da manha tipo sorvete.-eu ri.
Eu: ninguém mandou você dizer que era pra eu escolher e não sou eu que quero, é o bebê.
Justin: Onde eu vou achar Pudim a essa hora!?-falou incrédulo.
Eu: sei lá, se vira ai.-dei de ombros.
Justin: Ok! Vamos atrás do seu Pudim.

 Botei um moletom e calcei um chinelo, Justin botou uma blusa e um tênis e pegou as chaves do carro e a carteira. Entramos no carro e passamos por vários mercados fechados e docerias fechadas e minha vontade de pudim só aumentava, comecei a ficar nervosa e Justin tentou me acalmar. Quase uma hora depois e nada, rodamos a cidade toda e nada de pudim até que Justin parou pra abastecer em um posto 24 horas e eu saí do carro com ele, estou ansiosa não consigo ficar parada assim. Entramos no posto que por coincidência também é uma lojinha de departamento, Justin ficou andando por ali atrás de alguma coisa pra tomarmos até que ele me chama.

Justin: achei o seu pudim!-ele levantou um potinho transparente como um troféu.
Eu: Ahhhh PUDIM!-pulei igual uma criancinha.
Justin: Ok vamos pagar e ir pra casa dormir antes que você tenha mais algum desejo louco de grávida.-falou já no caixa.

 A atendente olhou pra nós dois e sorriu, era uma mulher magra de cabelos escuros e deveria ter mais ou menos a idade da minha mãe se ela ainda estivesse viva. Aquela mulher me lembrou muito minha mãe.

Moça: Parabéns pelo bebê.-ele sorriu gentilmente.
Eu: Obrigado.
Moça: É o primeiro desejo dela?-ela perguntou ao Justin.
Justin: O primeiro de muitos.- ele riu orgulhoso.
Moça: Vocês me lembraram eu e meu marido quando tivemos nosso primeiro filho, qualquer coisinha ele ficava todo eufórico.-eu estava prestes a corrigir a moça dizendo que Justin não era o pai da criança mais ele foi mais rápido.
Justin: É, o primeiro é sempre mais preocupante.-ele abriu um largo sorriso e mostrou seus lindos e brancos dentes e pegou a sacola com o pudim que a moça entregou.
Moça: Boa noite meus jovens!
Justin&Eu: Boa noite!

 Siamos do posto\loja de conveniência entramos no carro e fomos pra casa conversando como seriam os próximos desejos loucos, rimos um pouco e falamos o quanto estávamos cansados. Justin estacionou o carro e saímos, eu corri pra dentro de casa abri a sacola e tirei o pudim, peguei duas colheres e Justin se sentou ao meu lado. Dividimos o pudim e quando eu iria colocar a quarta colherada de pudim na boca senti um enjoo e corri pro banheiro abri a tampa o vomitei tudo que eu comi essa noite. Justin se ajoelhou ao meu lado e segurou meu cabelo com uma mão e minha testa com a outra.
 Parei de vomitar e me senti fraca, Justin me ajudou a levantar e eu escovei os dentes, tirei o moletom e me deitei em baixo dos cobertores e Justin saiu do quarto e logo voltou só de calça de moletom novamente, ele se deitou do meu lado e eu disse:

Eu: Me desculpa, te dei todo esse trabalho pra vomitar tudo.-falei envergonhada.

 Justin puxou pra perto e colou nossos corpos me fazendo repousar minha cabeça no seu peito quente e nu, ergui um pouco a cabeça pra olhar diretamente nos seus olhos e ele estava sorrindo igual a um bobo.

Justin: Não peça desculpas, foi uma experiência maravilhosa passar por isso com você.-eu sorri com ele.
Eu: Claro! É ótimo passar a madrugada atrás de pudim pra depois achar e comer uma migalha e vomitar tudo depois.-ele deu uma risada gostosa.
Justin: Não estou falando especificamente disso. Boa noite Flor!-ele beijou minha testa.
Eu: Boa noite Justin!

 Fechei os olhos e logo adormeci nos braços do Justin com tanta facilidade que nem me dei conta de como apaguei. Acordei com o despertador tocando me separei delicadamente do Justin e o desliguei, hoje eu não iria trabalhar pois Patrick já havia imaginado que eu estaria cansada da festa. Fui até o lado do Justin e o cutuquei.

Eu: Justin acorda! Você tem que ir pra casa se arrumar pro trabalho.-balancei ele com as mãos.
Justin: Para ...Só mais alguns minutinhos.-ele resmungou virando de costas pra mim.
Eu: Justin não me faça ter que te arrastar pelos cabelos.-o sacudi novamente.

 Ele remexeu e o cobertor caiu no chão deixando sua bunda destampada e vulnerável abri bem a mão e a levei na altura da minha orelha e só ouvi aquele barulho alto do tapa estralado na bunda do Justin. Ele se virou rapidamente me olhando como se estivesse processando se eu havia feito aquilo mesmo, ele se levantou e esfregou o bumbum com as mãos.

Justin: Isso é jeito de me acordar sua doida.-eu ri.
Eu: Você mereceu.-ele chegou mais perto com um olhar de maniaco.
Justin: E você também merece alguma coisa né!?

 Ele me pegou e botou na suas costas como um saco de batata, dei algumas palmadas fraquinhas nas suas costas nuas e nós dois começamos a rir.

Eu: Me bota no chão Justin! JUSTIN!-continuei rindo.
Justin: Você me deu um tapa na bunda.
Eu: Nós vamos acabar caindo de cara no chão.

 Ele continuou a andar pela casa até chegarmos na cozinha onde ele me botou sentada na bancada da pia. Ainda rindo ele fez um gesto como se estivesse estralando as costas e eu continuei rindo.

Eu: Vou fazer nosso café da manhã. Você vai ficar?
Justin: Acho que dá tempo pra um café.-me deu um beijo na bochecha e me ajudou a botar a mesa.

 Tomamos café ainda relembrando os acontecimentos de hoje de madrugada e rimos um pouco...Talvez muito e Justin logo foi em bora e fiquei novamente sozinha naquele apartamento, antigamente eu era acostumada com o silêncio mas agora sem o Justin parece que não mais a mesma casa e sou eu novamente sozinha. Estou começando a me preocupar, eu não posso ficar dependente do Justin, sim ele é padrinho do bebê e meu melhor amigo mas... Ele tem a vida dele e eu tenho a minha, as coisas não vão ficar assim para sempre e eu tenho que me acostumar com a ideia de que Justin não é realmente o pai do meu filho ou filha. E como eu queria que fosse, seria tão mais fácil se eu tivesse o conhecido antes dessa bagunça toda. Suspirei pesadamente e me levantei pra lavar a louça e arrumar a cozinha.
 Dei uma geral na casa lavei a roupa, estendi, molhei minhas flores e mexi a a terra pros meus gira-sois que estão crescendo rapidamente. Então me lembrei que o inverno está chegando e logo todas as flores e plantas no meu jardim iriam morrer. E uma pontada de tristeza invadiu meu coração mas eu sacudi a cabeça e afastei esses pensamentos ruins.

 Voltei pra dentro de casa e peguei uma toalha nova dentro do armário já que eu tinha lavado roupa hoje mais cedo, tomei um longo banho quentinho, me sequei bem rápido por causa do frio e me vesti igual a uma bala.


 Botei uma calça, uma blusa do Nirvana, um casaco bem quentinho e uma touca pra cobrir minhas orelhas que sempre ficam super geladas nesse frio do caramba, como a droga do clima consegue cair tanto de uma hora pra outra? Pois é, eu me pergunto isso desde que vim morar no Canadá.
 Botei tudo que precisava na minha bolça e chamei um táxi. Cheguei no shopping e fiquei olhando enxovais de bebê. Vi lindos enxovais roxos, azuis, rosas, verdes, amarelos e uma infinidade de outras cores. Em cada um deles eu me imaginava lá em casa entrando no quarto do meu bebê pra acalma-lo no meio da noite enquanto ele chora. Suspirei e saí dos meus devaneios.

 Entrei em uma lojinha de roupas de bebês e fiquei só olhando imaginando se seria menino ou menina, eu na verdade não tenho preferência. Apenas quero que nasça com saúde e perfeito. 
 Enquanto eu vasculhava as ararás de roupas pensei em Ethan e em como eu me sentiria se eu fosse pai e alguém escondesse isso de mim...Mas na verdade o caso é diferente, ele é irresponsável e nunca aceitaria essa criança. Ergui a cabeça e olhei pra cima segurando as lágrimas, botei as mãos nos bolsos e saí da loja de roupas.

 Caminhei até o ponto de ônibus e fiquei esperando com meus fones de ouvido entrei e sentei em uma lugar vago ao lado da janela, aumentei o som da musica pra abafar o barulho dos sons ao meu redor, das vozes daquelas pessoas falando sem parar coisas sem sentido então decidi não ir pra casa, paguei o cobrador e desci do ônibus e fui andando até o cemitério. Não que eu seja uma Emo/Gótica maluca que fica andando pelo cemitério de dia mas bateu uma saudade deles, não eles não estão vivos trabalhando no cemitério estão apenas enterrados aqui nesse lugar com enormes portões de ferro e uma grama verde as lápides bem alinhadas. 

 Passei pelo portão e senti um calafrio na espinha, esfreguei as mãos aquece-las mas foi em vão já que elas parecem cubos degelo. Peguei uma rosa de um pequeno jardinzinho que avia ali e continuei andando pelo cemitério e fiz aquele caminho que já não faço a tanto tempo e passei pela mesma árvore de sempre, pela lápide de mármore branco com o nome de um bebê e pela lápide de um cara onde sempre haviam lindos lírios azuis colocados ali por algum ente querido que não deve ter superado ainda. Por muito tempo eu fiz esse caminho pra conseguir me lembrar desse detalhes, Um ano inteiro sem faltar um dia eu vinha aqui e ficava olhando o tumulo dos meus pais, chorava e contava a eles como estava sendo difícil, mas tudo passa não é mesmo? Até a dor, mas isso não significa que eu não sinta saudade.

 Continuei meu caminho, as lágrimas secas nos cantos dos olhos que já não insistem mais tanto assim em cair. Então eu parei e olhei pra baixo e ali estava a imagem que eu venho tentando apagar a tanto tempo, me abaixei e me sentei na grama fofinha na frente das lápides. Passei a ponta dos dedos nas escrituras que diziam: " Claudio e Tereza Pai e Mãe amados" lembranças vieram a minha cabeça, mas eu me mantive firme. Eles ainda olham por mim de onde estiverem eu sei que olham. 

Eu: Oi mãe. Oi pai. Eu... Me desculpem eu não pude vir aqui antes sabe, é tão doloroso pra mim me lembrar de tudo assim e de como tudo nunca mais vai ser como antes. Mas eu estou bem não se preocupem, eu conheci um cara e o nome dele é Justin ele é meu melhor amigo e ele me ajuda em tanta coisa e ele é tudo que eu tenho agora, ele e o bebê. Pois é vocês iriam ser ótimos avós eu tenho certeza.- enxuguei as lágrimas com a manga do casaco.- Mas ele não é o pai do bebê e eu estou tão perdida, são tantos sentimentos e preocupações de uma vez só que é difícil processar tudo. Na verdade tudo fica bem pior sem vocês aqui.-suspirei e sorri em meio as lágrimas.- Me desculpa, eu sou tão fraca que eu não consegui nem me desfazer das suas coisas preferidas elas continuam lá presas em um quarto dentro de caixas escuras e de um modo estranho eu me sinto mais perto de vocês. Eu só... Só peço perdão por não ser aquilo que vocês sempre sonharam que eu fosse.

 Botei a rosa que eu havia pego ali me levantei e fui em bora, aquilo não me afeta mais como antes aliás a morte é inevitável e aqueles que eu sempre pensei que viveriam para sempre, meus heróis partiram e eu nunca mais vou voltar a velos, toca-los ou dizer a eles o quanto eu os amo. Mas eles me deixaram a coisa mais importante que eu poderia querer, minha criação e é essa que eu quero passar ao meu bebê e eu vou ama-lo assim como eles me amaram e protege-lo assim como eles me protegeram. 

 Entrando em casa antes de entrar pelo portão eu apenas sussurrei ao vento:

Eu: Obrigado...


~~~~~~~~~~~~~~    ~~~~~~~~~~~~~~

Oi Sweet's, sim demorou e tá pequeno mas tá ai
obrigado pelos comentários 
e por tudo beijão amo vocês!!!

6 comentários:

  1. Estoou apaixonada pela sua fic,meu Deus,eu realmente estou amando esta fic.~empolgada~
    Sou nova aqui ~eu acho~Mas prometo aparecer mais vezes,afinal,tenho um relacionamento sério com esta fic,né?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ok você me fez sorrir igual uma imbecil com deficiência facial!
      Obrigado de coração, eu também gosto mt dessa fic. Beijão Sweet e de novo obrigado por todo esse carinho
      (u3u)

      Excluir
  2. Que perfeição ❤
    Preciso do próximo capítulo u.u
    Continua
    Xx Carla

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obg sua Liamda pode deixar que o 8° já esta a caminho, obrigado pelo comentário e pelo seu carinho beijão Sweet :3

      Excluir
  3. Continuaaaa muito maravilhosoa essa fic

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pode deixar Sweet beijão e obg pelo comentário! (u3u)

      Excluir